segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Quando uma amiga-irmã casa

Este final de semana foi um dos mais corridos e felizes desse ano. Entre os compromissos estava o casamento de uma das melhores amigas que encontrei na faculdade (e na vida). 
Ela é daquelas pessoas "ogrinhas" mas sempre preocupada em ajudar e apoiar os amigos, bem como eu. Uma bruta com um coração enorme, um amorzinho lá no fundo (bem fundo). Desde que a conheci era noiva de um cara igualmente do bem, alguém que não tive muito contato pessoalmente mas que conhecia indiretamente através da minha amiga. Pelo cuidado que ele tinha, atenção, respeito, sentimento e paciência (haja paciência viu, ítalo?!) com ela eu sabia que eles iam casar algum dia. O casamento desses dois era algo certo para todos, restava decidir a data, e foi sexta - 2 de dezembro. Eu poderia ter muitos motivos para não ir (morar em outra cidade, meus pacientes, aula no dia seguinte, compromissos inadiáveis e etc.) mas havia apenas um para ir e o mais relevante de todos: minha amiga ia casar, oras! 
A relação que tenho com aqueles que dou esse título é tão tangível e sincera quanto a que tenho com meus irmãos - que não é nem um pouco fraca. Eu não me perdoaria se deixasse de estar ao seu lado, dividindo essa felicidade, dividindo um dos momentos mais importantes da sua vida. Seria como perder o casamento da minha irmã, ou seja, impossível!
E quer saber? Mesmo não rendendo nada na aula do dia seguinte, mesmo estando extremamente cansada, não me arrependo nenhum pouco e faria tudo de novo, só para te ver entrar na igreja com aquele sorriso enorme e nervosismo, por te ver usando aquele tanto de maquiagem (nunca tinha de visto tão maquiada!) e aquele vestido tão lindo com aquele véu enorme e certamente pesado que teria te deixado com dor no pescoço por puxá-lo se o trajeto fosse maior. Eu não poderia deixar de ver a emoção nos olhinhos brilhantes de ítalo quando te viu caminhar até o altar e com aquele sorriso que mal cabia no rosto. Não tinha como eu perder de ver o tanto de amor que há em vocês e a cumplicidade que havia em cada troca de olhar durante a cerimônia. 
Senti algo tão grande em mim naquela noite! Era uma mistura de felicidade, orgulho, amor e uma vontadezinha de ter algo assim também um dia (veja só, logo eu que nem penso em casar, fiquei assim, tamanha lindeza eram esses dois juntos!). Momentos assim, pessoas assim, me fazem crer que o amor existe, que certas coisas valem a pena e que, ali, na união dos que se amam surge mais uma chance de melhorar o mundo, de tornar esse um lugar melhor, nem seja só para uma pessoa, ou algumas próximas por que, sério, o sentimento de vocês me fez bem e isso é lindo. Se algum dia eu casar, quero vocês lá.
Na recepção pude ver seus toques, Lynelle: vi seu capricho e empenho em busca da perfeição, o que fez de uma festa pequena e simples algo muito bem decorado, bem servido, agradável e, sem dúvida, inesquecível. Uma das melhores (se não a melhor) festas de casamento que já fui.
Minha amiga-irmã, Lynelle e Ítalo, meu mais novo cunhado (posso te chamar assim mesmo?) muito obrigada por dividirem comigo e com todos ali um momento tão importante e bonito da vida de vocês, me sinto até um tantinho especial só por ter ido. À vocês desejo que esse novo (e looongo) ciclo seja cheio de luz e bons momentos, que o amor seja renovado a cada dia e que tenham paciência e sabedoria para enfrentarem as adversidades e peculiaridades da vida a dois (tipo a chatisse de Lynelle). Desejo com todo meu coração que Deus os abençoe com uma vida próspera e cheia de alegrias e, claro, que meus sobrinhos venham em um futuro não tão distante. 
Continuem cuidando (muito) bem um do outro.
Amo vocês.


domingo, 13 de novembro de 2016

Meu Presente

Sabe, acho que o primeiro amor da vida de qualquer pessoa é a mãe. Não sei, a gente já nasce amando. Mãe tem aquele toque que a gente conhece, a voz que acalma, o carinho certo que nos tira o riso. Eu não sei quando mas te amo desde sempre. Tudo bem, falha minha não dizer isso verbalmente com mais frequência, mas você me conhece né? Uma ogrinha cheia de camadas, mas lá no fundo (beeem fundo) um amorzinho de pessoa.
Ainda que eu tente, ainda que eu dominasse a língua e soubesse as palavras mais incríveis do dicionário, qualquer coisa que eu diga não serviria para expressar em verdade o que sinto. É algo maior até mesmo para tentar pensar a respeito. Você me ensinou desde cedo a dividir quando me deu irmãos, agradecer tudo que tenho, me deu oportunidades a base de muito esforço, me deu livros (mesmo não sendo muito chegada à leitura), me fez quem sou. A grande maioria dos traços da minha personalidade se fez direta ou indiretamente por você. Essa pessoa forte, determinada, capaz de suportar peso do mundo e salvá-lo dia após dia.
Hoje, seu aniversário, agradeço imensamente à Deus por me presentear com um anjo, uma guardiã tão boa, alguém capaz de tudo por aquilo que ama e acredita. Se pudesse te dar algo queria que pudesse se ver através dos meus olhos (seria um pouco borrado causa do ceratocone, mas não estou falando desses olhos), você veria o quando acredito em você e que acredito que pode fazer absolutamente tudo que quiser, afinal, você é poderosa, mon amour!
Aproveite seu dia, ou melhor, aproveite sua vida! Encontre seu ponto de equilíbrio, sua paz de espírito e sorria, independentemente das circunstâncias.

Amo muito você, sua linda!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Você faz aquilo que ama?

Naquela manhã acordei particularmente cansada devido à intensidade do dia anterior; o sono não havia sido tão reparador quanto eu precisava de modo que, somado ao meu atraso, já estava estressada antes das 8h. É, eu sei, você pode se perguntar o que leva alguém a se sentir estressada tão cedo.
Ou pode saber exatamente do que estou falando.
Bem, sai correndo reclamando mentalmente da vida, dos horários, querendo continuar na cama até meio dia... e no caminho dei de cara com essa faixa amarrada nas barras de proteção de uma passarela aqui na cidade. Achei curioso uma faixa que não represente um anúncio, algo que gere lucro para alguém ali. "Faça o que você ama!", não há nada além na faixa e isso me desmontou na hora e me fez pensar durante todo o final de semana. Não achei nenhum indício de que se tratava de alguma campanha, mas vi outras faixas com a mesma frase em outros trechos da cidade. Curioso.
Pesquisando no maravilhoso mundo do www vi que há dois pontos de vista distintos bastante apontados para a significância da frase: um diz que ela tem efeito negativo, uma vez que não há espaço no mundo para todo mundo fazer aquilo que gosta, o que pode levar a um pensamento de fracasso por não está fazendo o que se ama, por estar fora do grupo feliz. Dizia até que a junção de prazer e trabalho é impossível. O outro lado da moeda diz que não, que a frase tem sim efeito positivo. (Qual estou mais inclinada a concordar? O positivo, como [quase] sempre) Osho dizia que criatividade é a qualidade que você traz para a atividade que você está fazendo, sendo esta uma atitude, disposição interior, à maneira como você olha para as coisas.
E, sabe, fazer o que ama não tem necessariamente a ver com sua fonte de renda e sim o que te faz bem, que você faz de forma leve e divertida, porque na real você não vê isso como um fardo e sente-se feliz em executar. Isso tem a ver com o que desperta seu sorriso, e os hobbies também valem, hein?! Sente-se feliz em encontrar amigos, estar com a família, ir a praia, viajar? Faça! Tocar instrumentos, cantar aquele refrão com olhos fechados (mesmo errando o tom, afinação e ritmo), dançar (ainda que sem jeito), ir à shows, espetáculos, ler, namorar, ver filmes? Ótimo, faça isso! Gosta de games, desenhos e animais? Sente-se bem provando novos sabores, vestindo novas cores ou rindo de piadas bobas? Continue, faça o que ama, sem medo, sério.
Quando se faz o que ama as prioridades mudam e você esquece do aparências, status, consumismo e você não precisa de todas essas coisas para ser feliz porque aquilo que realmente de faz bem vai está crescendo em si, te completando, te expandindo. E, se alguma coisa cresce em você como consequência do que você está fazendo, isso vai te desenvolvendo de várias formas possíveis.
Sobre trabalho, bem, o mercado para todos pode até estar realmente saturado, se você pensar que todo mundo sonha em trabalhar com arte, comunicação ou qualquer coisa que a maioria julga ser divertido mas você pode fazer todas as coisas que gosta sem torná-las um ofício. Você, eu, ele, todos merecemos um tempo nosso para fazer aquilo que nos faz bem. Além do mais, se todo mundo amar e se encontrar na função que escolher executar, sim, você pode ser feliz com ela também.
O que a frase significou para mim? Faça o te faz sorrir, viva isso sem pesos. Vá ser feliz, menina!
Naquele dia de mau humor matinal eu parei e pensei sobre minha vida. Sim, eu faço o que amo e estava acordando cedo assim para fazer algo que também gosto, para me melhorar. Um sorriso discreto foi tomando forma em meu rosto com o pensamento que veio a seguir: minha vida não perfeita, minha conta bancária tem quantia aquém de suprir meus gastos e investimentos mas, quando ajudo alguém (seja com minha profissão ou não), quando saio com meus amigos sem rumo, só com o objetivo de me divertir, quando escrevo, vejo o mar, canto alto (ainda que desafinada) ou brinco com meu cachorro, eu me sinto a pessoa mais rica desse mundo, sem demagogia.  E isso meus caros, não há dinheiro que pague, e não acho que saiba descrever a sensação mas é algo muito bom.
Eu não sei qual a motivação de quem pôs aquela faixa ali ou nos outros pontos da cidade em que a vi, mas, se as pessoas enxergarem de verdade (não olhar por olhar) captando a essência da simples frase vão ver a grandeza que há nela e talvez tenham um dia melhor. Não sei se mudaria o dia de todos que a vissem mas certamente mudou o meu.
O que você gosta/gostaria de fazer? O que te faz feliz? Quais seus sonhos?
Faça o que você ama. Nem todos os dias serão bons mas as possibilidades que sejam são infinitamente maiores quando se é feliz com as escolhas que faz.
P.S.: Seja lá quem colocou essa faixa no meu caminho. muito obrigada!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Amor, sublime amor


Meu amor, ainda que não seja isso que eu queira pra nós, eu continuarei aqui, ao seu lado, para chorar junto quando preciso for. Não garanto que possa te dizer algo que vá consolar teu coração, ou amenizar tuas angústias, mas te prometo meu sincero abraço e meu ombro para que tente reconfortar tuas dores e chorar tuas lágrimas.
Não suporto ver teus olhos brilharem com tantas lágrimas, não me conformo com a ausência daquela gargalhada aos meus ouvidos e em seu lugar escultar apenas suspiros e lamentações. Te quero feliz tanto quanto quero ser feliz. Você merece tanto a felicidade, tem um coração tão puro, uma convicção tão admirável da profundidade e da verdade que há no amor... Ah meu amigo, você crer tanto nesse moleque levado!
E eu aqui, tão cética desse sentimento, me vejo sofre por ele. É estranho dizer, mas nossa amizade chegou a certo grau que eu faço das suas dores, tão dores quanto as minhas (isso é, de certa forma, bom. Né?)
Você com seu amor, eu com minha lógica e racionalidade fazemos uma dupla e tanto, não é mesmo? Ah, foram tantos momentos de apoio recíproco entre nós. Nossa amizade é de uma pureza tão singela que não consigo mais ter momentos importantes sem dividir com você, sem contar com tua frase de apoio ou bronca de irmão "mais velho".
No fim, desejo, que possamos lembrar de tudo isso e ver o quanto somos fortes, o quanto nossa amizade é sincera e o quanto já vivemos para, enfim, encontrar nossas felicidades.
Você nunca estará só. Amo você.


* Este texto escrevi para um grande amigo há um tempo e sinto uma paz cada vez que o leio porque sei da veracidade de cada palavra que escrevi.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Girassol 2.0

Oi minha pestinha!
(Espero que essa carta seja lida antes da de Mirelly porque se não... a menina escreva muito bem, caramba! Pera, tenho q manter o foco, vamos começar de novo.)


Oi minha pestinha!

Já escrevi inúmeras vezes para você e dessa vez, como sempre, corro o risco de ser repetitiva porque... não há formas diferentes de dizer aquilo que sempre esteve em mim, em nós. Vou tentar não ser (muito) nostálgica,
Lembro que quando éramos crianças eu sempre discutia com mãe quando queria sair e tinha que levar você. Com o tempo eu já perguntava antecipadamente se você poderia ir, depois sua presença era obrigatória e hoje em dia vamos a quase todos os lugares juntas. E é engraçado porque, mesmo brigando muito quando crianças, sempre fomos amigas. E isso só se exacerbou com o tempo. Hoje somos amigas/mães/irmãs uma da outra. Não sei qual papel vem primeiro, mas somos isso tudo ai.
Enquanto escrevo essas linhas vou me lembrando de várias coisas e refletindo sobre tantas outras e, parando para ver, sinto muito orgulho da pessoa que você é e quer ser. A vida não foi muito fácil para a gente, crescer como crescemos foi ralado, acho até que envelhecemos uns 10 anos antes, mas sempre contamos com o apoio mútuo e, vendo você ser essa "Pessoa Girassol" me enche de uma alegria que não ouso tentar explicar. Não dá, mas eu sinto. E sinto muito.
O girassol é um tipo de flor que exalta alegria e beleza, só de olhar para ele dá vontade de sorrir. Além disso ela, dizem, acompanha a luz solar. Inclina-se para onde houver luz, onde houver vida. Acho que você é bem assim sempre se volta para a luz, leva riso e paz de espirito por onde passa. Uma pessoa girassol, sem dúvidas. Se não é para o mundo, para mim sim, pode apostar. 
A Força de vontade que habita em ti é outra coisa incrível. Você é assim: se não consegue dançar conforme a música, você troca a música ou reinventa os passos, mas não deixa de dançar. Não para nunca e essa sua perseverança me encanta demais. Não jogar basquete por quê é pequena? Não praticar um esporte de contato porque é magra e fraca? Desistir do violão por não ter aulas? Não dançar por ser toda “durinha”? Não é humanamente possível fazer dois cursos e ainda manter trabalho manual e ter vida? Balela. Nada disso existe para você. Obstáculos fazem parte, acho até que você gosta da presença deles, só pelo prazer de superar. Perseverança. Determinação. Superação. Força. Leveza, Alegria, Flexibilidade. Multiuso... não, pera, tira essa. são palavras que poderia facilmente te descrever mas hoje vou optar por uma frase que te define em mim "luz que me traz paz". Paz ou caos, você escolhe, pode fazer qualquer um, basta querer. 

Mais que uma tatuagem

Desde sempre gosto de tatuagens, acho uma forma interessante de se mostrar ao mundo, como externar algo que há em ti sem precisar abrir a boca. Claro, há pessoas que tatuam coisas sem-noção mas, para mim elas têm significado. Eu sempre soube que teria algumas tatuagens e há uns dois anos defini qual seria minha primeira e que acabou sendo a primeira da minha irmã também - fizemos juntas.
Minhas avós sempre foram carinhosas, umas criaturinhas fofas cheias de amor. Vó Luzia, que Deus à tenha em um bom lugar, era muito divertida, sempre inventava algo para a gente brincar e adorava dançar, festas, rir... alegria em pessoa! E foi uma perda rápida e dolorosa para todos quando ela se foi, Nem pude dizer o quanto ela significava para mim, o quanto aprendi sobre ser leve e valorizar as amizades como ela fazia. É que essa coisa toda de me expressar ainda não existia em mim, e foi estranho sentir que as palavras nunca seriam ouvidas por ela. Por essas e outras, hoje em dia as palavras são soltas e os sentimentos idem.
Já vó Teresa adora cozinhar para todos os netos. Quando éramos crianças a casa dela era cheia de doces e comidas boas, todo final de semana a casa dela era o point dos primos. Primeiro cada um levava alguns brinquedos e dividíamos, depois, quando um pouco mais velhos, começou a segregação: meninos x meninas; em seguida foi a vez dos games e por fim, os instrumentos musicais. Sempre gostamos de nos juntar e Vó sempre amou a casa cheia. De uns tempos para cá ela passou a nos cumprimentar de uma maneira bem peculiar, não sei exatamente quando, mas lembro que eu ficava um pouco desconcertada no começo. Seja pessoalmente ou por telefone, quando nos encontra ela pergunta "Fi/Fia  Alguém já disse que te ama hoje?"
Confesso que isso me desmonta toda. As vezes estamos tão perdidos, estressados com a vida corrida que coisas pequenas e sinceras mudam a energia do dia. Quando ela me pergunta isso eu já começo a rir automaticamente e sentir uma alegria sem fim. Como se fosse uma injeção de ocitocina. Eu digo que não, ela e diz "pois vovó ama. Muito, muito, muito." E eu digo o mesmo no meio de um abraço, quando possível. O riso toma conta que vez ou outra dói um pouquinho porque lembro que ela não é para a sempre. Somos seres transitórios e mutáveis, estamos aqui só de passagem. A gente sabe disso mas não faz doer menos perder quem tanto amamos, o medo permanece ali.
A saúde dela já não é mais tão boa mas, mesmo quando está bem ruim, ela insiste em perguntar isso quando nos encontra e eu me derreto toda de amores pela Véia. Uma vez, ela tava tão ruinzinha que nem abria os olhos, mas quando nos ouviu chegar no quarto, pediu para nos aproximarmos e fez a pergunta baixinho. Até chorei nesse dia, pelo tanto de amor que cabe numa senhorinha tão pequena e que já passou por tanta coisa nessa vida, parece que só há amor.
Não poderia ser outra a minha primeira tatuagem e eu a amo. Ela é cheia de verdade e significado e melhor de tudo: Vó viu, beijou as tatuagens e chorou dizendo o quando nos amava. Fazer uma homenagem e vê a recepção a isso não tem preço, é de uma reciprocidade ímpar, amor por cima de amor. Como foi feita nas costas, quase não vejo mas as pessoas vêem e sempre perguntam o que é, elogiam e tal. É a oportunidade que tenho de falar da minha Véia e reafirmar o amor dela por mim e o meu por ela, gravado em mim, interna e externamente. Uma marca dela na minha vida, uma forma de mantê-la presente mesmo quando não estiver e sempre que falo dela, faço com que ela viva em mais alguém, pela história do nosso amor aqui nesses traços pretos em letras cursivas em minhas costas. Tenho muito orgulho da frase da minha avó e de ter alguém tão sensível apesar de tudo na minha vida, na minha pele.

domingo, 11 de setembro de 2016

Sobre um modelo de amor ao próximo

Essa noite alguém querida para pessoas que quero bem fez aquela última viagem que a gente tanto teme (aqueeela) e sempre que essa tal dona Morte aparece eu fico pensativa. Hoje, conversando, lembrei de um bom amigo que fiz durante a faculdade, uma das melhores pessoas que tive o prazer de conhecer. Na época em que ele se foi, em janeiro de 2015, eu escrevi esse texto, talvez para tentar organizar meus pesamentos com todas aquelas emoções. Seu Mardônio, espero que esteja em paz e bem;)
Eis o texto:


"Cumpriu sua sentença. 
Encontrou-se com o 
único mal irremediável, 
aquilo que é a marca do nosso 
estranho destino sobre a terra, 
aquele fato sem explicação 
que iguala tudo o que é vivo 
num só rebanho de condenados, 
porque tudo o que é vivo, 
morre."

(Ariano Suassuna em O Auto da Compadecida)


Ontem a senhora Morte soprou aqui perto de novo. Dessa vez levou um querido amigo, que todos os dias me recepcionava com um sorriso amável, perguntando por minha Terrinha Salgada e fazendo piadas (a respeito da minha distração, principalmente). Apesar da sensação de ter sido tudo rápido demais, percebo, pensando bem, que ela já o rondava, sutilmente em suas longas vestias de cetim. Há um par de meses ele estava um pouco mais calado e ausente. Algo estava errado. Não demorou para Ela abraçá-lo e afastá-lo do nosso convívio.  Ontem ela deu-lhe o Beijo, aquele que a gente espera que não ganhemos tão cedo. O dele veio cedo demais. 
No entanto acredito (e espero profundamente) que Ela tenha sido gentil e o levado pela mão, como se leva um velho e querido amigo. Espero que ela tenha vestido sua melhor túnica, que o Beijo tenha sido suave e sua viagem tranquila para o lugar que ele merece estar. Não sei como é do outro lado, mas imagino que seja num lugar tranquilo com música boa e felicidade perto de outras boas pessoas que se foram. Ele, com toda sua gentiliza, bom coração e amor incondicional ao próximo, deve estar em um lugar assim. Se formos realmente julgados e recompensados pelo bem que fizemos em vida ele, ah, meu amigo, você deve estar bem e feliz, seja lá onde for. Apesar da tristeza que me consome ao escrever essas linhas, sinto um tantinho de alívio, por saber que seu sofrimento foi cessado, por ele está finalmente livre da doença que o limitou e o afastou de nós. Agora está em paz. Livre.
Não consigo imaginar qual será a sensação de voltar àquele lugar e não te encontrar lá com aquele sorriso, as piadas e os braços abertos perguntando como foram as férias. Não consigo imaginar ficará ali sem você. Acredito que a sensação de vazio vai tomar o recinto e todos que passam por lá(que te conheceram), vão perceber, lembrar de você e sentir sua falta. Nessa hora eu farei uma pequena oração e talvez acabe chorando.
Nosso tempo aqui é marcado com precisão e a cada tic-tac estamos mais perto do fim que pode ser daqui a cinquenta anos ou daqui a cinco minutos. Não dá pra saber quando será o último tchau ou em qual esquina vamos esbarrar com essa Senhora que nos leva sem qualquer chance de despedida. Talvez isso seja o que dói mais para quem fica.
Seu Mardônio, vá em paz e faça muitas piadas e amigos por ai. Obrigada por tudo que você fez aqui na Terra, por mim e por todo mundo ao seu redor, por seu carinho e amizade incondicional. Obrigada por ser como um pai pra tanta gente que conviveu com você. Obrigada, Deus, por nos emprestar um ser tão bom, para nos ensinar tanto a respeito da vida, do amor ao próximo, da entrega, do bem.

"Vai com os anjos vai em paz. Era assim todo dia de tarde, a descoberta da amizade. Até a próxima vez..." (Legião Urbana)


sábado, 3 de setembro de 2016

B-day Cintia!

Há um ano escrevi esse texto para uma grande amiga que foi morar muito longe.  Há mais de um ano não nos vemos mas nos falamos sempre e sinto que a amizade só cresceu. Hoje é aniversário dela e reafirmo os desejos que fiz nesse texto. Aproveite seu dia minha amiga, fique bem e venha logo nos ver.

Há exatamente uma semana te deixamos em um aeroporto, para que você fosse para longe de todos nós. Lógico que doeu, antes que você fale algo. A amizade que firmamos ao longo desses últimos anos foi/é muito forte. Não sou muito do tipo de me abrir e escancarar meus problemas e neuras, mas você me inspira confiança sabe? Sei que com você, tudo estará guardado e a recíproca é verdadeira.
Bom, voltando ao aeroporto, tentei com todas as forças ser forte e não deixar as teimosas lágrimas caírem enquanto estivesse na sua frente, afinal, partir nesse momento foi muito mais doloroso para você do que para os que ficaram. Tentei muito porque se minhas lágrimas caíssem as suas as acompanhariam e logo todos estariam chorando e nunca mais pararíamos de chorar pela saudade que já é grande.
Minha consciência voou para longe, buscando segurança, paz e um novo começo. Um novo cenário para os próximos capítulos da sua história que um dia ainda hei de colocar num livro impresso, para que todos que o leiam saibam do tamanho da sua força e reconheçam a grandeza que há em seu ser, que mesmo depois de tantas adversidades, mesmo depois de tantos obstáculos e perigos, ainda assim, sonha com dias melhores com a esperança de uma criança.
Eu queria poder estar com você hoje, conhecer essa nova cidade e comemorar o inicio desse novo ciclo de 365 dias em sua vida. Queria fazer uma espécie de ritual para deixar tudo de ruim para trás e começar uma nova história. Poderia ser escrever o que foi ruim num caderno, arrancar a folha, queimar e escrever as metas e sonhos em uma nova folha. Mas estamos em fusos diferentes até, muito longe para uma visita de cortesia sem um breve preparo financeiro antes, coisas da vida né?! Partiu ficar rica para te visitar!
Gostaria de desejar pessoalmente, em meio a um abraço, que você encontre a paz que tanto busca, que cresça profissionalmente onde quer que esteja, que esbarre com seu príncipe tupi (ou Tikuna, Kikama ou Cambeba, enfim, você entendeu) e que nesse encontro casual se encontrem e se reconheçam de fato. Que você tenha muitos momentos de alegria, mas encontre a real felicidade. Que as próximas lágrimas sejam apenas de alegria ou de tanto rir. Que você volte para nos visitar em breve. E que marquemos logo nosso mochilão.
Sabe, mesmo tendo consciência da sua ausência e do tamanho da distância, não consigo me entristecer, sei que foi a melhor escolha e sei que ainda vamos nos encontrar pela vida. E nesse encontro seremos as mesmas garotas do interior da graduação. Será como se não estivéssemos separadas por tanto tempo.
Só consigo pensar em coisas boas para sua vida: Banho de chuva e cachoeira, aventura, amigos de verdade, paz de espirito, amor (amor meeeeesmo)! Ah e nada de desmaios por ser contrariada, viu?! Controle-se, Mana!
Feliz aniversário, "Iracema", Muita luz para sua jornada minha amiga, nos vemos nas próximas esquinas.
Essa foto é só para rirmos de nossa cara mesmo hahaha

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Vééééia!

(Também conhecida como Edilene)

Conheci muita gente durante a graduação. Gente de vários lugares, várias histórias e sotaques. No meio do curso apareceu uma mulher, um pouquinho mais velha (mas nem parecia, a bicha é toda pra frente!) que a maioria das pessoas da turma e com uma vasta experiência de vida. Quando todos pensávamos em respostas óbvias para certos problemas ela vinha com uma visão completamente diferente, um ângulo que poucos utilizavam. Nas discussões quase sempre era do contra mas na maioria das ocasiões pensava e defendia o melhor para pessoas que não estavam presentes mas eram as mais interessadas: o paciente e sua família. Nós, que escolhemos cuidar do próximo, temos que ter essa visão geral, do melhor pro próximo, mas muitos ainda se alienam com pensamentos egoístas de notas e reconhecimento. 
A visão humana sempre foi o que mais admirei na Véia (apelidos que pode não parecer, mas é bem carinhoso, sim). Isso e sua força de vontade incomparável. Ela teve muitas oportunidades de abandonar seus objetivos mas mesmo assim foi em frente e nunca baixou a cabeça para ninguém. Atrevida que só ela, sempre defendeu as causas que achava justas e isso fez dela uma Pessoa Única. Alguém que de fato sabe o que é olhar para o próximo como se olhasse para sua mãe, filha ou neto. Alguém que quero levar sempre comigo como um modelo do bem e amor ao próximo.
Já faz mais de um ano que findou-se a convivência diária e  ainda sinto saudade dela. Dela e de mais um monte de gente. Mas acredito que pessoas assim são sempre presentes, nas lembranças, nos ensinamentos, em algum gesto. Sempre lembro dos meus amigos mas dela eu lembro sempre que vejo a almofadinha verde que fica frequentemente sobre minha cama. Um objeto cheio de significado e carinho, Uma lembrança que a faz sempre presente.
E porquê eu escrevi tudo isso sem que seja seu aniversário ou algum interesse pessoal? Simples: porque lembrei de você e senti vontade de te dizer coisas que pela correria do cotidiano sentimos/pensamos mas deixamo-nos calar. Não me calo, não mais, falo mesmo.
Véia, espero que a vida esteja sendo boa contigo, que você ainda seja a pessoa incrivelmente bem humorada que conheci, mesmo depois de plantões exaustivos. Que continue com sua sensibilidade e olhar ao próximo e  também com a língua afiada para dar patadas em quem merece, claro! hahaha
Te desejo caminhos de luz e alergia, minha amiga. Fique bem.



Essa foto é só para lembrar do dia da apresentação de boneca de pano, lembra disso? O MAIOR mico que paguei naquela faculdade kkkkkk e você tava lá comigo! :D

Aos anjos chamados "pais"

Este texto foi escrito com muito carinho e zelo em um momento especial, a missa em ação de graças por nossa formatura. Lembro-me que poucas pessoas sabiam que eu gostava de escrever antes do meu texto para a colação. Na mesma semana me pediram para fazer esse e foi uma verdadeira alegria poder homenagear aqueles que tanto fizeram para que pudéssemos desfrutar daquele momento tão especial, a conclusão da faculdade. Foi lindo, foi emocionante.


Esta é uma noite não só de celebração por nossa conquista, é principalmente um momento de comunhão com Deus e de agradecimento. Gostaríamos de agradecer a Deus por termos pais como vocês, que foram (e sempre serão) instrumentos nas mãos de Deus escolhidos a dedo para cada um de nós, para nos dar a vida e nos guiar pelos caminhos do bem e da verdade desde os primeiros passos. Não sou mãe ainda mas suponho que, não só a noite de hoje, mas no decorrer destas cerimônias, vocês estejam sentindo uma felicidade superior a nossa, isto porque ela é proporcional aos tamanho dos esforços e sacrifícios que fizeram para que este momento acontecesse (né Auxiliadora, Edson?!) Sabemos que abriram mão de muita coisa (sem reclamar), como seu Edmilson, Analine, para nos oferecer o melhor que pudessem e com a educação não foi diferente. Você riem nosso riso, choram nosso pranto e agora celebram as conquistas e superações.
Aqui há mães, como Luciene, Ana, que além do trabalho exaustivo de dois ou três expedientes, ainda conseguiram passar valores éticos e morais, e foram não só mães mas também pais e amigas. Essas mulheres, mesmo com tantas dificuldades nunca deixaram de sorrir com cada nota boa, cada pequena superação e agora estão conseguindo ver as vitórias dos seus filhos. Agradecemos à Deus por serem tão fortes e guerreiras.
Há também os pais que demonstraram seu amor e dedicação acordando de madrugada para fazer o café da manhã de seus filhos como a Marineide fez, ou dirigir 180 km do interior à Natal para que não perdessem aula, como Dária e Menezes. Pais que venderiam suas casas para que pudéssemos concluir o curso (graças a Deus não foi preciso, mas sei que fariam mesmo se fosse). Pais cheios de orgulho por seus filhos, como seu Veveto, e não negam isso a ninguém (e nem devem). Pais que são amados do tamanho do cururu (João Maria entende o que é isso né?), explico: é um amor tão grande quanto se pode imaginar, um amor impossível de ser descrito, apenas sentido.  
Pais que não costumam expressar o que sentem com palavras, geralmente demonstram com gestos, por exemplo, vou contar uma historinha para vocês: Seu Antonio Lemos (que já foi ao encontro com o Senhor), pai de um de nós, estava em uma ambulância rumo ao hospital após um atentado contra sua vida. Durante o caminho ele deu uma senha para esposa, dona Raimunda, e só fez um pedido: forme minha filha. Isso é muito forte, sei que vocês certamente fariam pedidos semelhantes em tal situação, pediriam por seus filhos. Sempre os filhos antes de si. São esses gestos que os tornam tão especiais. Pais que mesmo sabendo das dificuldades que são criar um filho desempenharam tal papel de forma exemplar, e eis a recompensa: Filhos que trilham pelos caminhos do estudo para a realização de seus sonhos (e em um mundo como esse deve ser lindo conseguir formar um filho, deve os encher de orgulho e sensação de dever cumprido).
Mesmo que às vezes tenhamos algumas desavenças e conflitos, mesmo chateados, no fundo sabemos que essa é uma das formas de demonstrarem amor e cuidado e que tudo é para o nosso bem e felicidade. Sem o apoio e intervenção de vocês, talvez não estivéssemos partilhando este momento. Sabemos que a estrada for árdua, (né Isabel e Reginaldo?), mas a jornada continua. Continuaremos lutando por nossos sonhos e contamos com o apoio emocional e financeiro de vocês (este último só mais um pouquinho, se Deus quiser!).
Não podemos deixar de agradecer aos que também desempenharam papel de pais: nossos queridos irmãos e avós. Dizem que avós são pais com açúcar, concordo. Tivemos avós amigas companheiras e mesmo as que não estão fisicamente presente, como a dona Agar, dona Marina e dona Luzia, certamente estão em festa no céu. Vocês estão sempre em nossas memórias e corações.
Eu gostaria de poder falar diretamente para cada um, pois sei que todos têm uma história de dedicação e renuncia em nome da felicidade dos seus filhos. Gostaria de poder abraçá-los e a agradecer, por nos proporcionarem tantas alegrias e amizades. Sabemos que não foi fácil mas vocês conseguiram, então, alguém já disse que os ama hoje? Em nome de todos os formando digo, pais, nós os amamos e somos gratos a Deus pelo privilégio de termos anjos em nossos lares, nos guiando e protegendo. Muito obrigada por acreditarem em nossos sonhos e sonharem juntos.

                                                                                                 
                                                                                                 18 de agosto de 2015 - Natal/RN

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Lição aprendida com sucesso

Oi professor! Espero que não esteja muito ocupado para ler isso, é que amanheci com uma vontade louca de te contar uma história e por sorte estou disposta para escrevê-la. Prometo tentar não tomar muito seu tempo.
Lembro-me que uma vez estávamos no lar geriátrico e eu atendia uma senhorinha meio mal humorada e indisposta que mal queria fazer as atividades propostas por mim. No começo eu ficava um pouco frustrada e pensava "poxa, demorei tanto para montar essa conduta só para ela...".
Quando fui descobrindo formas de convencê-la me sentia enfim a profissional que eu queria ser. Ali eu estava começando a me familiarizar com o outro, que é bem mais importante que a conduta certa. Trabalhar com pessoas vai além dos objetivos e condutas, tem muito mais a ver com a compreensão e aceitação aquilo que o outro é. 
Um dia essa senhora estava gripada e eu, que estava super animada pela aceitação dela, mantive a conduta e ao final você me chamou para uma "conversinha". 
No dia eu fiquei bem bad, confesso, afinal, eu achei está realmente fazendo o certo mas você disse-me que não. Pior!, que naquele dia eu não fiz nada para o bem estar da senhorinha a qual eu já tinha muito carinho. Disse-me que não fui atenta as necessidades dela naquele momento e algumas outras coisas as quais não me recordo. Bem, a vida seguiu. Formei-me há um ano e estou trabalhando.
Gosto do meu trabalho. Não tenho chefe, não sou obrigada a usar o branco impecável todos os dias e muito menos a atender as áreas que não gostava na faculdade. Pelo menos eu achei que não.
Atualmente, uma de minhas pacientes é uma senhora que sofre de dores articulares, principalmente punhos e tornozelos e estamos obtendo ótimos resultados, mas esse não é o foco da história. Há umas duas semanas ela me chegou relatando que não estava respirando bem, dormido muito mal e bastante gripada. Ali estava novamente: seguir a conduta que estava sendo boa ou tratar a necessidade dela no momento? Não pensei duas vezes, fui fazer condutas voltadas para o que ela precisava. Não, não gosto de respiratória mas aprendi as técnicas e fundamentos e tive a oportunidade de ajudar alguém com isso. Durante o atendimento ela disse sentir o "pulmão crescer" e entrar mais ar, no dia seguinte disse ter dormido bem e isso tudo me deixou feliz da vida! E devo isso a você, professor. 
Eu poderia mandar isso diretamente para você mas acho que a ideia principal dessa ladainha toda serve para outras pessoas também, afinal, aprendizado não precisa (nem deve) ser individual. As vezes recebemos lições que nem sempre gostamos, as vezes elas são duras e ferem nosso orgulho ou ego. As vezes não concordamos mas aceitamos mesmo assim. Naquele dia eu recebi uma lição e só após mais de um ano vi a moral e verdade que ela trazia. Nem sempre lembramos onde e com quem aprendemos uma boa lição. Dessa vez, por sorte, eu lembrei e não tenho vergonha alguma de admitir que errar naquele dia me fez levar uma bronca e um aprendizado para a vida toda.
Acho que as melhores coisas que aprendi na faculdade não foram os conteúdos das aulas, mas sim essa sensibilidade intrínseca a respeito do ser. É um jeitinho todo diferente, uma visão do todo, da Pessoa como uma unidade e não várias partes. Essas aulas eu tive, principalmente, com você, Angelo. Obrigada por isso.
Hoje amanheci com excesso da necessidade de gratidão e preciso espalhar. Acho que pessoas como você, professor, merecem reconhecimento pelo que fazem, não por nós, alunos, mas sim pelos que atenderemos num futuro não muito distante. E isso serve para todo e qualquer profissional que vá trabalhar com gente, direta ou indiretamente. 
Obrigada pela bronca, hoje ela serviu para que eu ajudasse a dona Laura, amanhã certamente entenderei uma lição ou outra das tantas que recebo diariamente desde que me entendo por gente, e poderei ajudar outras Lauras, Marias, Franciscos...


P.S.: Foi mal, não consegui ser sucinta como gostaria.
P.S 2: não consigo deixar de te chamar de Professor, vai ser sempre assim.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Um ano de fisioterapeuta - Turma Mardônio Moura

Uma amiga se formou ontem na mesma faculdade que eu e fui prestigiá-la. Quando ela me convidou fiquei lembrando da minha e isso me trouxe vários pensamentos e idéias. Fiquei pensando em fazer um texto pós um ano e me questionei "como será que estão?", afinal não tenho muito contato com todos. 
Bom, a ideia veio mas as palavras, não. Até a formatura. Os discursos, a parte que mais gosto, não me emocionaram como eu esperava porém, trouxeram outras idéias, mas enfim, vamos ao que interessa.

Hoje, 15 de agosto, faz exatamente um ano que nos formamos e, diferentemente do discurso da colação, não quero falar para nossos professores, pacientes ou parentes. Hoje o assunto é com vocês da turma Mardônio Moura. É... mas fiquem calmos, não tenho intenção de fazê-los chorar, de novo. (Mentira, verdade, mentira...)
Há um ano fizemos um juramento que, concordando com Edilene, nem lembro exatamente o que jurei mas jurei com vontade, pense! Em meu coração jurei exercer, defender e estudar essa profissão com amor e dedicação. Desde que entrei quis, não ser a melhor fisioterapeuta mas sim ser capaz de melhorar a vida de alguém. Tenho conseguido cumprir a jura e sei que muitos também e, de verdade, fico muito feliz por isso mas, não sei vocês, porém começar não foi fácil.
Nesse um ano eu tracei metas, fiquei perdida sem rumo, engordei, emagreci, tive ideias, tive saudade dos amigos que estão longe, da convivência que tínhamos, da diversão. Fiz investimentos e fiquei doida quando fazia os cálculos e não estava rica ainda, só com (mais) contas para pagar. 
Muita coisa acontece em um ano. Vi gente triste por não está exercendo, ouvi histórias de quem estava exercendo mas não da forma que queria e outras de pessoas que estavam exatamente onde queriam está. 
Nesse primeiro ano vi que as coisas aqui do lado de fora são bem diferentes daquilo que a gente sonha quando está na faculdade. Vi que nosso trabalho ainda é pouco valorizado e que recém formado roda até conseguir um emprego mais ou menos. Vi também que aquela ficha completa, enorme e feita à mão só existem na faculdade mesmo (ainda bem!).
Em um ano eu comemorei a conquista de vários de vocês e senti orgulho, como se fossem um dos meus irmãos. Sério, cada conquista que vocês dividem me enche de alegria. Não entendo pessoas que não se alegram com o bem do próximo, quero mais é que cada um aqui mostre para todos as pessoas incríveis e profissionais dedicados que são. Eu já sei, vi tudo isso na faculdade e por mais que não seja amiga de todos sei reconhecer e poderia enumerar as qualidades de cada um, pode apostar.
Em um ano tive descrença depois esperança, ri, chorei, quebrei a cara, aprendi boas lições, conheci pessoas e aprendi. Aprendi muito. Em um ano vocês começaram á trabalhar com Pilates, home care, UTI, UTI-Neo, clínicas, consultórios, atenção básica, geriatria, ensino e pesquisa... Tantos caminhos foram tomados! Fico muito feliz pela ascensão de cada um e sei que ainda haverão outros caminhos, isso é só o início.
E aos que não estão exercendo ainda, seja por falta de oportunidade ou pelo rumo que a vida tomou, só digo uma coisa: não desanime, eu sei que cada um aqui tem um potencial enorme e eu acredito muito em vocês! ;)
Um ano dá para muita coisa: começar namoro, terminar namoro, casar, ter filhos, fazer cursos, mudar de cidade, de estado, de vida. Um ano é só um pedacinho, ainda há muito tempo e coisas para viver, muito à crescer. À ser. Quero parabenizar a cada um, quero desejar que a vida continue sendo boa com vocês e que a felicidade esteja sempre aí, como no dia da colação. 
Acredito em cada um dessa turma, saudade de (quase) todos (verdade seja dita rs).
Forte abraço.
Aguardo O super reencontro haha.



Dedicado À:
Jéssica, Mayara, Edimilson, Maíra, Jennyfer, Tati, Cinthya, Maycon, Camila, Leila, Disllane, Auxiliadora, Edilene, Jake, Ravel, Lynelle, Dani, Geni, Will, Lissa, Pablo, Gér(rrr)ssika, Tamila, Cintia, Ingridy, Pablo, Cecília e Luana.



P.S.: Mas digam, como está a vida de vocês pós um ano? Se puderem, contem aqui nos comentários ;)

sábado, 23 de julho de 2016

Para alguém em solo curitibano

 Miiiiiga, sua louca!, como foi seu dia? 

Espero que tenha sido maravilhoso e cheio de risadas (ah, suas risadas!). Eu queria ter te escrito algo mais elaborado mais cedo, mas você sabe como tem sido meus dias, mesmo assim não podia deixar essa chance de rasgar seda e ser melosa passar, né?!
Você foi um dos melhores presentes que a faculdade me deu e eu agradeço sempre por isso, Sempre que começo a pirar você se torna aquela pessoa centrada e firme ao mesmo passo que me ajuda a voar. Você me ajuda a tornar minhas ideias loucas em realidade, você sonha comigo e o inverso também acontece. Já rimos até dar dor na barriga, já brigamos, já nos aperriamos e já choramos juntas. Juntas desde que nossos caminhos se cruzaram.
Durante a faculdade o apoio mútuo foi essencial para que pudéssemos ver, no dia da colação as lágrimas rolaram soltas pois descobrimos, enfim, o sabor da vitória.
Sabe, encontrei em você mais uma irmã, uma pessoa confiável, amiga e incrível que consegue colocar qualquer pessoa para cima com sua gargalhada contagiante. 
Por falar nessa gargalhada... não sabe como eu sinto falta dela! Aliás, consegue ter ideia do quanto sinto sua falta, sua louca?! Que ideia é essa de ir pro outro lado do pais e não vir nos visitar ainda?! Quem te deu o cabimento de ir e sumir assim, hein?! 
Eu sei que essa cidade tem sido boa com você e é por isso que não te pediria para voltar. Ela te acolheu, te deu aquilo que você precisava, colocou pessoas boas em seu caminho e eu agradeço por tudo isso. De verdade, quero teu bem tanto quanto quero para mim, ou melhor, para meus irmãos e pais. Por esse querer-bem ser tão grande não quero que você volte ainda, não para ficar, pois sei que você está gostando daí. Se está feliz, então eu também fico ainda que a distância, ainda que morrendo de saudade.
No dia de hoje, em especial, pedi várias vezes que você estivesse feliz, que encontrasse felicidade e paz de espírito. Pedi para que seus caminhos continuem sendo de luz e alegria, que sua gargalhada aqueça muitos corações gelados (ai e em qualquer lugar). Que conhecimento seja só mais umas das riquezas que você some. Que você continue sendo minha bandida, maléfica e de riso frouxo. Que tenha mais amigos ai (mas nenhum melhor que eu, que fique claro). Que você fique rica logo para podermos nos ver umas quatro vezes por ano, no mínimo!

Agora algumas fotos maravilhosas (umas nem tanto) que mostram um pouco dessa história (até agora):
Primeira foto!
Animada com as
evoluções de fichas
Esperando o horário da
monitoria e fazendo
marmotas haha











Um dos melhores dias,
apresentação do
TCC (Arrasamos ;D)


Livre estou!
(Mais um
semestre superado)














Seduzindo (Chá de
Langerie de Jennyfer)


















Quinteto querido - São João 2015 :D
Juntas do começo desde o começo *-*
Feliz aniversário minha amiga, fique bem e aproveite muito todo esse carinho que estás recebendo hoje, são os frutos daquilo que você planta diariamente.
Um super abraço com riso, lágrimas e saudade (proporcional a força do abraço)
Venha logo.
Amo você, sua vaca.
(e sem choro, quero gargalhadas!)

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Dona dos xingamentos engraçados, brigas e palavras melosas

Antes tarde do que nunca, né?

Bom, como você bem sabe, eu não sou de fazer declarações (aliás, pouco falo), mas, como não fazer esse “sacrifício” hoje? Como não falar de você hoje, me diz? É, eu sei, impossível.
Logo você que é minha amiga mais antiga. Desde que eu tinha 3 anos, você surgiu na minha vida (fazendo com que eu perdesse os mimos de filha/neta/sobrinha única u.u) pra nunca mais sair e mudar tudo (bem sua cara isso). Nós podemos ter muitos amigos, mas não passamos com nenhum deles nem metade do que nós passamos juntas. Minha vida praticamente toda, sua vida toda, estamos juntas e isso não vai mudar. Pessoas surgem, a gente muda de cidade, mas o elo que nos une não rompe assim já que é mais que sangue, é amizade.
Se me pedissem pra contar os 10 melhores momentos da minha vida, aposto que você estaria em 80% deles, ou se me perguntassem os piores, os mais triste, os mais engraçados, idem. Sempre estivemos juntas. Como quando daquela vez que você cortou o cabelo e eu te encontrei escondidinha na sala com a tesoura e mechas no chão, lembra? Ou quando soubemos que íamos ter um irmãozinho (lembra como ficamos felizes?), ou ainda nas viagens para casas de praia, serras e tanto lugares lindos que fomos. Nas vezes que aprontávamos e quando mainha vinha brigar conosco nos acobertávamos para não apanhar (nem sempre funcionava, mas tentávamos). Lembra das vezes que você era pequenininha e alguém te batia na escola? Eu ia lá, dava uma surra em quem te batia e depois ia te consolar. Nas tantas vezes eu rimos até doer a barriga, ou quando brigamos e quando uma batia mais forte ia cuidar da outra. Isso só pode ter um nome: amor.
Amor de irmão (do tipo que nos odiamos por quase um segundo e depois amamos mais), do tipo que nos batemos, nos xingamos, mas só nós podemos. Do tipo que briga quando necessário (ou quando dá vontade, só de pirraça :P) e apoia e consola, e ama. Amo você, sua vaca maga.  Agora chega de rasgar seda, né?

Feliz Aniversário, pestinha! :D


(Escrito em 29.01.2014, e permanece real e sincero)

domingo, 26 de junho de 2016

Soprando velinhas

Cunhaaaado!

Sabe, lá por meados de agosto, quando te conheci, confesso que fiquei meio desconfiada se isso ia dar certo. Na minha família sempre teve muita gente com parafusos a menos então achei que tínhamos nossa cota de loucos/palhaços/lesados. Triste engano, eis que você chegou. E aos poucos foi ganhando os sorrisos e afetos de todos. Nossa família cresceu e essa, que é tão minha quando sua hoje festeja mais essa volta que a terra deu ao redor do sol, mais um aniversário. Imagino que para quem tinha uma saúde tão debilitada na infância você superou bem né?!
Com suas piadas infames e o menor senso de ridículo você trouxe ainda mais alegria para todos nós, em especial para esse abuso que eu também chamo de irmã. Sério, ela não era tão feliz antes de você. Obrigada por isso.
Num dia como hoje agradeço por você ter entrado nas nossas vidas, por sua saúde, sua vida e te desejo que ela continue sendo boa com você, cheia de alegrias, obstáculos, superações e afetos. Ah, e que você continue aguentando Bé.
Comemoraremos logo ;)

Felicidade soldado 67,

Ass.. (Dra) Yara


P.s.: conseguiu o bode?


terça-feira, 7 de junho de 2016

Physis - Consultório de Fisioterapia


É com imeeeensa alegria que volto para minha Terrinha Salgada com objetivo de beneficiar a população com o fruto de tanto estudo.
Physis é um consultório de fisioterapia, simples e estruturado para oferecer o melhor atendimento, que são realizados dentro das seguintes áreas:

* Traumatologia;
* Ortopedia;
* Reumatologia;
* Geriatria;
* Pediatria;
* Neurologia (adulto e infantil);
* Preventiva;
* Dermato-funcional (Drenagem linfática manual e massagem modeladora).

O consultório fica localizado na rua Amaro Cavalcante, n° 110 - sala 2, no centro de Macau/RN
Telefone para informações: (84) 3521-3010

Agende sua consulta! ;)

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Coisa de preto


Hoje acordei com vontade de ser ainda mais negra. Após ouvir uma história africana e ter pesquisado um pouco mais no dia anterior (coisa de curiosa, não consigo me contentar com pouca informação) me vi cheia de sentimento pela mãe de todas as nações.
Ler a respeito das expressões, religião, costumes... Como é rico esse continente! Me enche de orgulho e tristeza. Se por um lado amo tê-lo em minha essência, através dos meus ancestrais, sinto muito por eles terem vindos cheios vigor e traficados, vindos à força para uma terra nova, sendo obrigados a trabalhar, esquecer sua língua, seus costumes e sendo maltratados. Dói imaginar o quanto sofreram, o quanto meu sangue foi derramado e quantas lágrimas ficaram pelo caminho. Dói ver que mesmo após tantos anos a população negra ainda é marginalizada e sofre tanto preconceito e racismo.
Nesse dia saí de casa com meu melhor turbante, com uma amarração diferente, coloquei brincos grandes e um batom vermelho. Nos fones ouvi uma playlist cheia de reggae, rap, samba e soul. Delícia de música. No caminho vi muita gente me olhar como se fosse coisa de outro mundo. Engraçado, um "pano" na cabeça chamar tanta atenção assim. Chega a ser cômico ver que a cultura negra é tão incomum e que elementos europeus ou norte-americanos fazem mais sentido por aqui. 
Que viagem! A umbanda e candomblé serem tratados de forma tão pejorativa por todos, inclusive negros, devido a falta de saber, de conhecimento da própria história, a história do povo que de fato construiu esse país juntamente com os índios.
Acordei orgulhosa de ser quem sou. Feliz pela cor, pelo gingado, pelo cabelo, pela capacidade natural de superação. Coisa de preto (e todo mundo tem).
Quero mais cabelo crespo nas ruas, quero cachos livres das chapinhas, alisamentos e a porra toda. Quero cores, tambores, (capoeira!) riso solto e orgulho das nossas raízes. Quero respeito e expansão da cultura afrodescendente. Resistência. 
Axé!
"Chegaste, e desde logo foi verão.
Teresa ainda não sabe se é um bom livro. Jamais saberá. Jamais terá critérios para avaliar aquilo que ela mesma escreve, Mas tampouco se deixará oscilar demais com o que os outros dirão. Isso porque suas próprias palavras ficam, para ela, num lugar um tanto quanto inacessível. Teresa dificilmente será uma boa leitora de Teresa."


Adriana Lisboa, em Um beijo de colombina

Luz que me traz paz


Às vezes vejo umas pessoas boas tão más (isto é, em situações tão complicadas) que penso em ajudar. Conversar, fazer rir, essas coisas, tenho esse dom, vai por mim. Eu tenho uma queda pelos que precisam de algum apoio, principalmente pelos fracos, excluídos e oprimidos. Principalmente se eu puder ajudar de alguma forma, Não me pergunte como ou porquê exatamente, nem eu sei. Apenas sei que sinto muita empatia e tudo que quero é colocar no colo, tirar toda a dor dali até que não sobre mais nenhum problema pelo caminho. Acho que é algo que sempre esteve comigo. 
Sempre gostei de pensar que posso fazer diferença na vida das pessoas. Que posso ser alguém que melhore a vida deles de alguma forma. Isso é tão presente na minha personalidade que escolhi minha profissão com esse propósito: ajudar, fazer diferença, melhorar vidas. Não poderia ser diferente no resto da minha vida não é?
Acho que gosto de cuidar, cresci cuidando. Ser cuidada é um pouco estranho pra mim, mesmo que esse cuidado venha dos meus pais inclusive. Mas lá em casa sempre fomos assim: gostamos de cuidar e de ajudar, tanto uns aos outros como aos que nos rodeiam, Somos assim. Acho que este foi um dos melhores ensinamentos que meus pais me passaram. Desde sempre os vi doar alimentos, roupas, oferecer empregos e fazer favores. Acho que a gentileza mais sincera que podemos fazer é para àqueles que não possuem bens ou influência, sabe? Pessoas simples que não nos oferecem (e sem esperar) nada em troca, nada além de um sorriso, amizade e gratidão. Aquele super clichê "Gentileza gera gentileza" é o mais correto que há.  
Fazer o bem à alguém sem pedir nada em troca me causa uma sensação tão boa! É como se uma luz crescesse dentro de mim, sinto-me grande, bem e em paz. É tão bom receber o sorriso acompanhado de "obrigadx" que torna-se um vício (um vício muito bom, diga-se de passagem). E não pense que gosto de ver os outros em situações ruins só para poder ajudar, pelo contrário: Quero todo mundo bem para que possam ajudar outras pessoas. O que quero para mim, quero para todo o universo. 

(Bem sonhadora né?! Eu sei, eu sei... Mas o que será de nós nesse mundo sem os sonhos?)

Apenas ela


Ela acorda cedo mesmo sem a menor necessidade e apesar de estar com mil e um problemas na cabeça, já começa o dia cantando, acreditando que será melhor que ontem. Ela faz questão de rir e quem a vê assim não imagina o que se passa do lado de dentro dela. Saber o que acontece ali é para poucos, um seleto grupo que conseguiu atravessar as barreiras que ela pôs ano a ano, tombo a tombo, tapa a tapa. Acredita que se abater não é uma opção e que tudo é fase. Nada é, tudo está. Esse é seu lema, o carrega na pele inclusive, em um lugar estratégico sempre a lembrando que tudo nessa vida é passageiro, inclusive ela. Está a passeio, só de passagem. Ela sabe que tudo é modificável e assim ela segue. Segue sorrindo fazendo piada de si e de todos, correndo atrás das oportunidades de crescer, interior e materialmente também, por quê não?
Apesar de pensar muito em tudo (e em nada também) cansou de focar nos pontos que não deram certo. O que passou, passou e se insistir no assunto o mantra mental "foda-se" surge para resolver o impasse interno. Pronto, já foi. 
Ela é calma, paciente e gosta de ajudar, sente-se bem sabendo que pode ser o refúgio de alguém, um momento de paz em meio ao caos. Esquece-se de seus e apropria-se dos problemas dos outros, não adianta discutir, ela sempre foi assim e seguirá com essa síndrome de Gabriela (Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim). Cuida dos seus irmãos como se fosse mãe. E por falar em filhos, não pretende ter filhos de seu ventre, muito menos mudar seu estado civil por pressão da família ou sociedade. Casar só se for porque encontrou alguém com quem queira dividir uma parte de sua vida e não porque dizem que ela está ficando velha, "passando da idade" ou "precisando de um marido para começar uma família", nada disso, aliás, nem gosta desse termo casamento, prefere encontrar alguém para caminhar junto. Ela é livre e respeita seu estado de espírito, gosta de ser assim, desprendida e leve. Não tem amarras, nem nos braços nem nos cabelos, os cachos dançam soltos ao sabor do vento.
Seu objetivo na vida? Aprender. Aprender a cair, levantar, ouvir, falar, discordar, pensar, saborear, amar, levar sorriso e ser feliz, Uma longa lista de verbos que a enche de vida e de si.

domingo, 20 de março de 2016

Don't stop the music

Limpando a casa, me dá uma vontade louca de dançar. Vassoura vira microfone e almofadas viram plateia. É simples, leve, suave. Gostoso sentir a música assim. Uma vontade incontrolável ao sentir cada acorde, cada nota alta cantada. Não basta cantar e fechar os olhos; dançar também se faz necessário, o corpo também quer se expressar. 
Outro dia li um texto o qual dizia que devemos procurar um amor que sinta a música. Acho que sou do tipo que sente ao extremo. Do tipo de dança até no supermercado, do tipo que canta com o carro de som que passe na rua tocando uma música boa ao fundo do anúncio. Uma daquelas pessoas que canta, dança não importa onde, nem se vão rir. Eu não sei dançar, mas sinto a música e não me envergonho disso.
É essencial, quase óbvio, expressar o que aqueles acordes me fazem. Me fazem bem. Alegram a alma, entendem os sentimentos (sejam eles quais forem). Sem a música eu seria, certamente, uma pessoa triste, vazia, perdida. Não seria eu inteira, seria uma metade oca. Preciso ser eu completa, com cada passo desastrado, com cada frase desafinada, com os sorrisos somados ao arrepio na pele e olhinhos fechados. A alma sendo saciada pela música.


"Música é o relacionamento que nunca vai te decepcionar
O portal que conecta a alma ao corpo, dá vida
É o que me faz acreditar nas pessoas ainda"

Um dez! - Sérgio Dall'Orto

sexta-feira, 18 de março de 2016

Quase cinco anos em menos de dez minutos

Esse texto é muito, muito importante para mim. Foi escrito para um momento especial e foi a primeira vez que mostrei de verdade um texto meu. Tenho orgulho de ter escrito algo assim, ele uniu o riso e o choro, despertou emoções. A partir deste texto senti a necessidade dentro de mim de expor mais aquilo que escrevo.  
Dedico à todos os amigos que caminharam junto. 


Todos os dias caminhos se cruzam, a cada esquina existem pessoas com suas histórias para contar e outras tantas por acontecer. Há quatro anos e meio, alguns caminhos se cruzaram e criaram novas histórias. Cada um aqui (formandos) teve sua história modificada de alguma forma e modificou tantas outras.
A turma era uma mistura de sotaques, cada um representando seu lugar de origem (e pense numa galera diversificada!). Entramos na academia ainda moleques, sem saber bem o que era o universo da fisioterapia, inicialmente, com um único ponto em comum: o propósito de ser fisioterapeuta. Essa profissão tão nobre, a qual nos ensinou muito mais do que poderíamos imaginar sobre amor e dedicação genuínos ao próximo, nos fez crescer como pessoas e gradativamente nos uniu. Através desta escolha descobrimos outros tantos pontos em comum e logo reconhecemos os amigos que trilhariam conosco essa jornada.
Estivemos juntos em boa parte das dificuldades: a adaptação ao cheiro do formol, as dificuldades iniciais em manipular o goniômetro, anotações, anotações e mais anotações (quem lembra? “Inserção proximal e distal: anote!”), provas, portfólios, PTS, estágio, fichas e mais fichas (sério, foram muitas fichas), as intermináveis horas produzindo TCC e por fim a aflição na contagem da carga horária complementar (Certo, Pablo?!). Juntos também nos momentos mais pessoais como perdas, partidas e chegadas.

O melhor caminho quase nunca é o mais fácil. Por vezes nossa fé foi posta em xeque, pensamos em jogar tudo pro ar e tentar uma nova rota, no entanto o apoio mútuo dos colegas que hoje estão com essas becas, dos pais, amigos, namorados e namoradas, irmãos, filhos, maridos e neto (né Edilene?) foi essencial para que a caminhada pudesse continuar. Pais, olhem com orgulho para os seus filhos, esta é uma vitória tão de vocês quanto nossa. Os cuidados que tiveram desde antes do nascimento hoje é recompensado pela alegria de dever cumprido, vendo que conseguiram formar homens e mulheres de bem e de valores. Obrigado por acreditarem.
Aos mestres, que também fizeram papel de pais, irmãos e psicólogos, agradecemos toda a dedicação posta nos mínimos detalhes, desde a montagem dos planos de ensino, até os exemplos compartilhados em sala de aula, a paciência com cada “É sério isso professor?”, as experiências divididas e as conversas, nos mostrando que poderíamos ser tão bons quanto vocês se quiséssemos de verdade (Quem nunca sonhou em ser como Jorge Ivan ou Francisca Rêgo algum dia, né Tamila?). Vocês nos mostraram que os erros fazem parte do processo de aprendizagem e nos incentivaram a pensar e analisar as coisas por um outro ângulo (a propósito Angelo, ainda não consegui responder àquela pergunta: O que é normal?). A contribuição de vocês foi tão fundamental quanto a escolha do curso para formação dos profissionais que hoje somos. Muito obrigado!
Não poderíamos deixar de agradecer à todos os funcionários do UNIRN por nos ajudarem direta ou indiretamente em algum momento do nosso curso, em especial ao seu Flávio (pai de todos!) e aos funcionários da Clínica que tiveram paciência durante as vésperas de entrega de fichas e foram amigos. Valeu Francinildo (mais conhecido como seu Pedro), Jackson (mais conhecido como índio), Karla (mais conhecida como Karla mesmo), Ivanildo, Emerson, Edna. Dona Marlucie, obrigado pelos cafezinhos com biscoitos!
E os nossos pacientes? Agradecemos imensamente a confiança, compreensão e carinho. Apesar de todas as dificuldades, receber o sorriso e o “obrigado” deles após cada atendimento, o carinho ter nossos nomes em suas orações, ver e ouvir os relatos de melhoria era tão gratificante que enchia-nos de certeza que estávamos no caminho certo e renovava as energias para estudar mais e querer sempre o melhor para o próximo. E assim, juntos, aprendemos a valorizar e respeitar o nosso primeiro bem e o mais precioso de todos: a vida. (E foi bom aprender tudo isso com vocês!).

É muito interessantes pensar em como todas as pessoas que passaram por nossas vidas deixam marcas e mesmo que não queiram, nos mudam de alguma forma. Quem eu seria sem as histórias que trago, se tivesse seguido outros caminhos? Ninguém nunca se dá conta do poder que tem de modificar vidas com pequenos gestos, atitudes. Permitir deixar alguém entrar na sua vida é arriscar. Arriscar é viver. Ao entrar aqui não imaginamos que vamos mudar, mas mudamos tanto! (Cecília tá tão diferente!). Crescemos em todos os sentidos que a palavra permite e isso se deve a todo o apoio, compreensão e esforços.
Por essas salas e corredores fizemos amigos e firmamos laços (e feliz daquele que aproveitou esse tempo aqui). Dividimos risos, lágrimas, orações, medos, viagens, almoços, tardes de estudos e de evoluções... A UNIRN foi nosso segundo lar (os colegas monitores que o digam!) e hoje estamos juntos aqui, em casa, para reconhecer e celebrar nossas conquistas e superações. Não foi só sofrimento e labuta. Rimos (e rimos muito, né Jessica?!), cantamos, festejamos, (“Lissamos” de vez em quando também) e quando estávamos bem cansados, bem cansados mesmo dormíamos (o laboratório de cinésio e ginásio de orto estão de prova). Fomos felizes (e como fomos!).
A memória vai cheia e o coração vai ficando apertado sabendo que o ciclo aqui se encerra. Novos caminhos serão cruzados daqui em diante, novas estradas serão construídas. Como foi bom crescer com vocês! Parabéns Leila! Parabéns a todos nós, superamos os desejos clássicos de ser médico, engenheiro, advogado, atriz de malhação, agora somos fisioterapeutas! Temos um dever ante a sociedade, mas principalmente ante ao espelho: oferecer esperança, doar nosso tempo de forma ética e humanizada, fazer o melhor que pudermos. Ser o bem, levar luz. Ou se preferir o contrário, ser luz, levar o bem.
E como falar em levar o bem sem lembrar-nos de um grande amigo que perdemos? Ele, que sempre nos ouviu, nos acolheu com braços abertos, brincava com todo mundo e estava sempre disposto a ajudar; sempre nos dizia para termos calma e esperar pois os bons dias logo chegariam e eles chegaram, pena que ele não pode estar aqui hoje da forma que gostaríamos. Seu chamado veio cedo e nos doeu. Doeu muito voltar à clínica e não encontrá-lo lá perguntando sobre como foram as férias. Todos sentimos sua perda e prestamos essa homenagem a sua amizade, somos a turma Mardônio Moura e, onde quer que você esteja, estamos honrados por carregar este nome conosco. Temos certeza que você estaria dizendo agora: “Eu não disse que vocês conseguiriam?”. É, conseguimos.
O riso e o choro, demonstrações outrora tão antagônicas, hoje estão livres e unidos para expressar a felicidade que todos sentimos pelo prazer da conquista. Espero que este não seja um adeus, mas sim um até breve, afinal, o que pode parecer um ponto final é também um ponto de partida. Uma feliz nova estrada para cada um de nós, nos vemos nas próximas esquinas. Obrigado!

Yara Menezes
Colação de Grau Fisioterapia (UNI-RN)
15 de agosto de 2015, Natal/RN