Esse texto é muito, muito importante para mim. Foi escrito para um momento especial e foi a primeira vez que mostrei de verdade um texto meu. Tenho orgulho de ter escrito algo assim, ele uniu o riso e o choro, despertou emoções. A partir deste texto senti a necessidade dentro de mim de expor mais aquilo que escrevo.
Dedico à todos os amigos que caminharam junto.
A turma era uma
mistura de sotaques, cada um representando seu lugar de origem (e pense numa galera diversificada!). Entramos
na academia ainda moleques, sem saber bem o que era o universo da fisioterapia,
inicialmente, com um único ponto em comum: o propósito de ser fisioterapeuta.
Essa profissão tão nobre, a qual nos ensinou muito mais do que poderíamos
imaginar sobre amor e dedicação genuínos ao próximo, nos fez crescer como
pessoas e gradativamente nos uniu. Através desta escolha descobrimos outros
tantos pontos em comum e logo reconhecemos os amigos que trilhariam conosco
essa jornada.
Estivemos juntos em
boa parte das dificuldades: a adaptação ao cheiro do formol, as dificuldades
iniciais em manipular o goniômetro, anotações, anotações e mais anotações (quem lembra? “Inserção proximal e distal: anote!”),
provas, portfólios, PTS, estágio, fichas e mais fichas (sério,
foram muitas fichas), as intermináveis horas produzindo TCC e por
fim a aflição na contagem da carga horária complementar (Certo,
Pablo?!). Juntos também nos momentos mais pessoais como perdas,
partidas e chegadas.
Aos mestres, que
também fizeram papel de pais, irmãos e psicólogos, agradecemos toda a dedicação
posta nos mínimos detalhes, desde a montagem dos planos de ensino, até os exemplos
compartilhados em sala de aula, a paciência com cada “É sério isso professor?”, as experiências divididas e as
conversas, nos mostrando que poderíamos ser tão bons quanto vocês se
quiséssemos de verdade (Quem nunca sonhou em
ser como Jorge Ivan ou Francisca Rêgo algum dia, né Tamila?). Vocês nos mostraram que os erros fazem
parte do processo de aprendizagem e nos incentivaram a pensar e analisar as
coisas por um outro ângulo (a propósito
Angelo, ainda não consegui responder àquela pergunta: O que é normal?). A
contribuição de vocês foi tão fundamental quanto a escolha do curso para
formação dos profissionais que hoje somos. Muito obrigado!
Não poderíamos deixar
de agradecer à todos os funcionários do UNIRN por nos ajudarem direta ou
indiretamente em algum momento do nosso curso, em especial ao seu Flávio (pai de todos!) e aos funcionários da
Clínica que tiveram paciência durante as vésperas de entrega de fichas e foram
amigos. Valeu Francinildo (mais conhecido como seu Pedro), Jackson (mais conhecido como índio), Karla (mais conhecida como
Karla mesmo), Ivanildo, Emerson, Edna. Dona Marlucie, obrigado pelos cafezinhos
com biscoitos!
E os nossos pacientes? Agradecemos imensamente a
confiança, compreensão e carinho. Apesar
de todas as dificuldades, receber o sorriso e o “obrigado” deles após cada
atendimento, o carinho ter nossos nomes em suas orações, ver e ouvir os relatos
de melhoria era tão gratificante que enchia-nos de certeza que estávamos no
caminho certo e renovava as energias para estudar mais e querer sempre o melhor
para o próximo. E assim, juntos, aprendemos a valorizar e respeitar o nosso
primeiro bem e o mais precioso de todos: a vida. (E
foi bom aprender tudo isso com vocês!).
Por essas salas e
corredores fizemos amigos e firmamos laços (e feliz
daquele que aproveitou esse tempo aqui). Dividimos risos, lágrimas,
orações, medos, viagens, almoços, tardes de estudos e de evoluções... A UNIRN
foi nosso segundo lar (os colegas
monitores que o digam!) e hoje estamos juntos aqui, em casa, para
reconhecer e celebrar nossas conquistas e superações. Não foi só sofrimento e
labuta. Rimos (e rimos muito, né Jessica?!),
cantamos, festejamos, (“Lissamos” de
vez em quando também) e quando estávamos bem cansados, bem cansados
mesmo dormíamos (o laboratório de cinésio e ginásio
de orto estão de prova). Fomos felizes (e
como fomos!).
A memória vai cheia
e o coração vai ficando apertado sabendo que o ciclo aqui se encerra. Novos
caminhos serão cruzados daqui em diante, novas estradas serão construídas. Como
foi bom crescer com vocês! Parabéns Leila! Parabéns
a todos nós, superamos os desejos clássicos de ser médico, engenheiro, advogado,
atriz de malhação, agora somos fisioterapeutas! Temos um dever ante a
sociedade, mas principalmente ante ao espelho: oferecer esperança, doar nosso
tempo de forma ética e humanizada, fazer o melhor que pudermos. Ser o bem, levar luz. Ou se preferir o
contrário, ser luz, levar o bem.
E como falar em
levar o bem sem lembrar-nos de um grande amigo que perdemos? Ele, que sempre
nos ouviu, nos acolheu com braços abertos, brincava com todo mundo e estava
sempre disposto a ajudar; sempre nos dizia para termos calma e esperar pois os
bons dias logo chegariam e eles chegaram, pena que ele não pode estar aqui hoje
da forma que gostaríamos. Seu chamado veio cedo e nos doeu. Doeu muito voltar à
clínica e não encontrá-lo lá perguntando sobre como foram as férias. Todos
sentimos sua perda e prestamos essa homenagem a sua amizade, somos a turma
Mardônio Moura e, onde quer que você esteja, estamos honrados por carregar este
nome conosco. Temos certeza que você estaria dizendo agora: “Eu não disse que
vocês conseguiriam?”. É, conseguimos.
O riso e o choro, demonstrações
outrora tão antagônicas, hoje estão livres e unidos para expressar a felicidade
que todos sentimos pelo prazer da conquista. Espero que este não seja um adeus,
mas sim um até breve, afinal, o que pode parecer um ponto final é também um
ponto de partida. Uma feliz nova estrada para cada um de nós, nos vemos nas próximas
esquinas. Obrigado!
Yara Menezes
Colação de Grau Fisioterapia (UNI-RN)
Colação de Grau Fisioterapia (UNI-RN)
15 de agosto de 2015, Natal/RN
Simplesmente lindo...traduziu a essência de cada um no coletivo. Parabéns minha flor,esse texto emociona a cada vez que é lido,ainda que os anos se passem,ele sempre causará comoção ao ser lido.
ResponderExcluirSimplesmente lindo...traduziu a essência de cada um no coletivo. Parabéns minha flor,esse texto emociona a cada vez que é lido,ainda que os anos se passem,ele sempre causará comoção ao ser lido.
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