terça-feira, 30 de agosto de 2016

Aos anjos chamados "pais"

Este texto foi escrito com muito carinho e zelo em um momento especial, a missa em ação de graças por nossa formatura. Lembro-me que poucas pessoas sabiam que eu gostava de escrever antes do meu texto para a colação. Na mesma semana me pediram para fazer esse e foi uma verdadeira alegria poder homenagear aqueles que tanto fizeram para que pudéssemos desfrutar daquele momento tão especial, a conclusão da faculdade. Foi lindo, foi emocionante.


Esta é uma noite não só de celebração por nossa conquista, é principalmente um momento de comunhão com Deus e de agradecimento. Gostaríamos de agradecer a Deus por termos pais como vocês, que foram (e sempre serão) instrumentos nas mãos de Deus escolhidos a dedo para cada um de nós, para nos dar a vida e nos guiar pelos caminhos do bem e da verdade desde os primeiros passos. Não sou mãe ainda mas suponho que, não só a noite de hoje, mas no decorrer destas cerimônias, vocês estejam sentindo uma felicidade superior a nossa, isto porque ela é proporcional aos tamanho dos esforços e sacrifícios que fizeram para que este momento acontecesse (né Auxiliadora, Edson?!) Sabemos que abriram mão de muita coisa (sem reclamar), como seu Edmilson, Analine, para nos oferecer o melhor que pudessem e com a educação não foi diferente. Você riem nosso riso, choram nosso pranto e agora celebram as conquistas e superações.
Aqui há mães, como Luciene, Ana, que além do trabalho exaustivo de dois ou três expedientes, ainda conseguiram passar valores éticos e morais, e foram não só mães mas também pais e amigas. Essas mulheres, mesmo com tantas dificuldades nunca deixaram de sorrir com cada nota boa, cada pequena superação e agora estão conseguindo ver as vitórias dos seus filhos. Agradecemos à Deus por serem tão fortes e guerreiras.
Há também os pais que demonstraram seu amor e dedicação acordando de madrugada para fazer o café da manhã de seus filhos como a Marineide fez, ou dirigir 180 km do interior à Natal para que não perdessem aula, como Dária e Menezes. Pais que venderiam suas casas para que pudéssemos concluir o curso (graças a Deus não foi preciso, mas sei que fariam mesmo se fosse). Pais cheios de orgulho por seus filhos, como seu Veveto, e não negam isso a ninguém (e nem devem). Pais que são amados do tamanho do cururu (João Maria entende o que é isso né?), explico: é um amor tão grande quanto se pode imaginar, um amor impossível de ser descrito, apenas sentido.  
Pais que não costumam expressar o que sentem com palavras, geralmente demonstram com gestos, por exemplo, vou contar uma historinha para vocês: Seu Antonio Lemos (que já foi ao encontro com o Senhor), pai de um de nós, estava em uma ambulância rumo ao hospital após um atentado contra sua vida. Durante o caminho ele deu uma senha para esposa, dona Raimunda, e só fez um pedido: forme minha filha. Isso é muito forte, sei que vocês certamente fariam pedidos semelhantes em tal situação, pediriam por seus filhos. Sempre os filhos antes de si. São esses gestos que os tornam tão especiais. Pais que mesmo sabendo das dificuldades que são criar um filho desempenharam tal papel de forma exemplar, e eis a recompensa: Filhos que trilham pelos caminhos do estudo para a realização de seus sonhos (e em um mundo como esse deve ser lindo conseguir formar um filho, deve os encher de orgulho e sensação de dever cumprido).
Mesmo que às vezes tenhamos algumas desavenças e conflitos, mesmo chateados, no fundo sabemos que essa é uma das formas de demonstrarem amor e cuidado e que tudo é para o nosso bem e felicidade. Sem o apoio e intervenção de vocês, talvez não estivéssemos partilhando este momento. Sabemos que a estrada for árdua, (né Isabel e Reginaldo?), mas a jornada continua. Continuaremos lutando por nossos sonhos e contamos com o apoio emocional e financeiro de vocês (este último só mais um pouquinho, se Deus quiser!).
Não podemos deixar de agradecer aos que também desempenharam papel de pais: nossos queridos irmãos e avós. Dizem que avós são pais com açúcar, concordo. Tivemos avós amigas companheiras e mesmo as que não estão fisicamente presente, como a dona Agar, dona Marina e dona Luzia, certamente estão em festa no céu. Vocês estão sempre em nossas memórias e corações.
Eu gostaria de poder falar diretamente para cada um, pois sei que todos têm uma história de dedicação e renuncia em nome da felicidade dos seus filhos. Gostaria de poder abraçá-los e a agradecer, por nos proporcionarem tantas alegrias e amizades. Sabemos que não foi fácil mas vocês conseguiram, então, alguém já disse que os ama hoje? Em nome de todos os formando digo, pais, nós os amamos e somos gratos a Deus pelo privilégio de termos anjos em nossos lares, nos guiando e protegendo. Muito obrigada por acreditarem em nossos sonhos e sonharem juntos.

                                                                                                 
                                                                                                 18 de agosto de 2015 - Natal/RN

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