sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Análise do ponto de vista crítico de uma escritora de gaveta acerca da produção de artigos científicos no Brasil: Um estudo de caso

Tenho ranço.

O texto poderia acabar aqui mesmo, com essas duas palavras, mas acho por bem desenvolver um argumento plausível, para ir praticando para logo menos.
Não é novidade que eu sou uma curiosa nata: sempre gostei de estudar e realizar pesquisas aleatórias. Sempre gostei de entender a origem das pessoas e coisas, processos de criação, como se desenvolverem as boas (e nem tão boas) ideias. Essas coisas. Também não é novidade nenhuma que gosto de escrever mas e é aqui que está o (meu) problema, isto é, a justificativa deste texto: Eu gosto de escrever mas, no momento que junta-se escrita e vida acadêmica... Travo. Simples assim.
A obrigatoriedade de escrever, de produzir conteúdo seguindo normas, de referenciar cada frase que eu pense em dizer, são coisas que me cansam. Palavras metodicamente escolhidas, sem poder imprimir nenhum tipo de sentimento ou personalidade. Um servicinho frio, sem muita autenticidade. 
Eu gosto é de criatividade, de poder expressar o que penso e sinto. Artigos me deixam minhas linhas em preto e branco.
(MESMA, Eu. 2017) 

Pessoalmente acho muito difícil seguir tanta burocracia, regras, rebuscar palavras só para mostrar que sou culta, "letrada" como diria meu avô. Produzir artigo científico me pede para anular tudo que eu sinto, tudo que eu sou, anular minha forma de escrever, tirar as tantas cores que vibram em mim. Elas as vezes são quentes ou frias, ok, mas sempre vibrantes. "Eu escrevo porque sinto uma necessidade dentro de mim de jogar essas palavras em algum lugar" (MENEZES, 2017). Artigos contam com muitas pesquisas, metodologia, justificativa, referencial teóricos, objetivos, blá, blá, blá... falando de forma vaga, claro. Produção científica é importante sim mas eu não gosto dessa necessidade por uma questão de status para o crescimento profissional, para enriquecer o lattes. Acho isso tão... desestimulante! É como se me tirasse a graça de escrever. Fico desencorajada e eu preciso de inspiração para escrever.
Entendo inspiração um plus essencial para o desenvolvimento de alguma coisa de forma criativa, quase iluminada. Quando a inspiração vem o texto simplesmente flui, como agora - diferentemente do artigo que eu passei dois dias sentada na frente desta mesma tela e nem mesmo o tema me veio. Se as palavras não vibram, não sinto o texto.
Coisa de doido né?! Pode ser. Eu gostaria de sentir mais facilidade para produzir esse tipo de texto sério e importante mas, como poderia?! "Há cores em tudo que eu vejo" (TITÃS, não lembro o ano).

Resultado de imagem para cortando asas criatividade
Ilustração metafórica demonstrando o que acontece com pseudo-artistas quando necessitam produzir artigo científico. Para os não pseudo-sensíveis, as asas podem ser interpretadas como a Inspiração. 

"Tem gente que escreve por ego 
Ou só pra fazer firula
Meu texto é simples, sincero
É tinta que sai da medula
Eu chuto as palavras pra fora
E elas que vêm me buscar
Num jogo de bola e gandula"
Gabriel, o pensador

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