quarta-feira, 10 de maio de 2017

Ah, mar!

Desde criança amo praia. No tempo em que eu levantava cadinho para assistir desenhos no sofá da sala, meus avós maternos levavam todos os netos para a praia nos domingos bem cedo (éramos 5 na época). Brincávamos como se nunca tivéssemos ido ali. Eu, claro, não queria sair da água.
Tal paixão pelo mar nunca me deixou e fico feliz por isso. O mar me causa uma sensação de leveza muito boa, me encanta. Sempre gostei de passeios de balsa, barco e tudo que envolva aquela água salgada. Sentar na areia de uma praia significa aprimorar meus sentidos e me desligar do mundo. O som das ondas quebrando, o sol refletido nas ondas, o gostinho salgado que fica na pele, o frio e o arrepio vindo da brisa... Tudo me deixa em outra estação, bem longe daqui, coisa que nenhum entorpecente consegue fazer. Acho que nossa relação de puro amor se intensificou desde o dia em que encontrei a plenitude pela primeira vez.
Eu tinha quase 18 e estava numa praia, famosa por sua beleza, com uns amigos. No fim da tarde do nosso segundo dia lá, fomos dar uma volta no calçadão e sentamos em uma escadaria que levava a areia da praia. Eram quase 17h e ventava bastante. Sentamos em silêncio e contemplamos. Logo os pensamentos cessaram e veio uma sensação boa, como se o mundo fosse perfeito e eu fosse inteira. Encontrei a paz. Não sei definir bem como, mas era uma sensação que dava vontade de gritar, cantar e ao menos tempo ficar quietinha. O sorriso era inevitável, assim como o arrepio na pele. A paz invadiu meu coração ali, naquela praia que fui pensando em bagunça.
A paz não é branca como dizem e divulgam por ai. Ela é multicolorida, um prisma lindo e tem um gosto salgado.
Depois dessa experiência, encontrei a plenitude mais duas vezes e todas elas foram de frente ao mar, então como não amá-lo? Como não tentar encontrá-la sempre que puder?


Meu refúgio, meu lugar, meu mar. Longe de ti fico perdida, vazia. Te ver e não me alegrar não faz sentido. Não te ver por muito tempo é absurdo, faz mal a minha saúde (física, biológica e mental). Me perco e me acho ali, diante de ti.

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